sábado, 10 de janeiro de 2009

Discurso Midiático: a principal arma para criação e representação das ideologias


A partir das análises feitas pelo professor Adriano Duarte Rodrigues, membro do corpo docente da Universidade de Nova Lisboa, Portugal, entenderemos como os discursos midiáticos influenciam o modo de ser, agir e pensar das pessoas, no texto intitulado “Delimitação, Natureza e Funções do Discurso Midiático”. O conteúdo textual demonstra como produto do meio a midiatização, que tem o poder de ser um propulsor de cultura, além de revelar as estratégias, em um texto cuja visão de concepção midiática representa um papel determinante em todos os aspectos e uma dimensão não delimitada sobre os indivíduos.

A midiatização não é somente incorporada pelos meios de comunicação de massa, seja impresso ou eletrônico. Ela se faz presente em todos os lugares e momentos na vida dos indivíduos. Seja nos diálogos e nas interpelações entre pais e filhos, amigos e professores, a mídia é absorvida inconscientemente pelas pessoas, formando uma cultura positiva ou negativa acerca de um determinado assunto. Rodrigues aborda sobre o objetivismo midiático, o mesmo que levar a linguagem institucional, por exemplo, ao conhecimento de todos, em uma abordagem midiatista, de discurso claro, transparente e compreendido por todos.

Rodrigues esclarece os diversos significados impostos pela mídia e faz da midiatização um meio de passagem obrigatória, cujas pessoas na sua completude e independência educacional e social acabam por influir as múltiplas linguagens verbais e não verbais. Em um pequeno trecho retirado do texto, o autor diz: “Falar, falar sempre”. Ele quis dizer que as funções referenciais, os acontecimentos, a fática e o contato com o público vêm contextualizar a diversidade, independente da qualidade e com propósitos unilaterais voltados para seus próprios fins – a de obter benefícios. Os interesses comerciais e de mercado são vistos claramente entre os meios de comunicação, cuja relação entre cultura e política na mídia é pouco problematizado pela sociedade. A cultura é algo merecedor de constantes debates entre as instituições.

O tratamento da comunicação social, específico à mídia televisiva, na função de lazer e informação, desempenha um papel importante na formação dos indivíduos. É pertinente dizer que essa mídia é como se fosse um instrumento musical regida por notas passíveis de aprovação e reprovação. É a diferença entre o saber escutar e ouvir.

O silêncio do público, não quer dizer que esteja de acordo com tudo aquilo que é dito. Hoje, as notícias são questionadas, comparadas, analisadas e respondidas aos destinatários nas variadas mídias existentes, escrita ou falada. Apesar do alto índice de analfabetismo, especificamente, no Brasil, é possível notar uma transformação social e cultural, mesmo que insignificante, mediante tantas mazelas governamentais e, principalmente, midiáticas. Assim como a mídia é fruto de uma sociedade moderna, os indivíduos tentam justificar-se com sua ascensão cultural. A saber distinguir o que é bom e ruim.

A não delimitação da mídia é, sem dúvida, o maior instrumento de regência cultural, pois as várias formas do discurso midiático dessacraliza o formal, o técnico, o pragmático (sacralizado) à retomada de aberturas mais claras e concisas sobre entender as diversas culturas da sociedade. É a diferença do “esotérico” e “exotérico”. O primeiro, restritivo, e o segundo ganha um sentido expropriado. Ao passo que o metaforismo cria uma transposição das palavras e contribui, relativamente, para uma abordagem noticiosa mais interessante e criativa. O discurso toma corpo do sensacionalismo, no entanto, sem ataques declarados e com uma construção direcionada ao fático, nas muitas formas de repreensão, apoio, informação, congratulação, lúdico etc.

Com a intensificação dos processos de globalização e as constantes transformações vivenciadas em nosso mundo, o conceito cultural é constantemente modificado através do tempo e espaço. É como reciclar a nossa concepção de mundo – a cosmovisão. A mídia cria os significantes para a cultura de massa e a linguagem é transformada à medida que o discurso midiático toma novas formas. O discurso é um produto colocado à frente do consumidor como produto significante exposto nas mais variadas mídias. A televisão é o meio de comunicação mais linear existente. Sua relação é medida por números e retas oscilantes que representam o nível de aceitação passiva do telespectador. É a melhor prova do DISCURSO MIDIÁTICO, cujos produtos são embalados e entregues sem a opção de escolha e interferência.

A mídia televisiva apresenta um produto na “função especular” do discurso midiático. Seu objetivo referencial é reproduzir uma linguagem publicitária capaz de explorar as mais belas imagens, tornando-se uma arma indefensável à mente das pessoas. Os mecanismos são criados à medida que os significantes incorporam no quotidiano dos indivíduos. Conseguinte, a mídia torna-se um método de controle específico, sistemático.

O texto “Delimitação, Natureza e Funções do Discurso Midiático” é um prospecto de utilização universal dos recursos da mídia, compreensível por conter funções táticas, além de mediar e elaborar novos conceitos de cultura de massa à prática do discurso.
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Wagner S. Neves

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